terça-feira, 5 de janeiro de 2016

UM CONCEITO VIVO: A BELEZA DA ALMA

Hegel disse ser o retraimento a beleza da alma. 
Ao ler por primeiro, achei até que poderia ser; depois pensei melhor e não sei se o retraimento seja o motivo de tornar a alma bela. Talvez Balzac concordasse com Hegel, mas confesso que eu não.
Falemos primeiro da superfície da ilusão para depois nos referirmos ao oceano da alma. 
Nem precisam muitas palavras, aprendi com uma criança, por estes dias, a responder como se deve quando se é intimidado. 
Essa criança era uma menina linda que deveria ter uns 6 anos; uma outra criança, que parecia ser seu amigo, lhe disse:
- Você é feia, e não brinco com pessoas feias.
No que, calma e educadamente, ela respondeu enquanto fazia ondinhas na água com o dedinho indicador:
- Todas as pessoas são bonitas.
Uau! Hegel deveria tê-la conhecido ... Pena que o tempo não deixa. Tive sorte: lugar certo, hora certa, palavras exatas.
Será que uma alma retraída poderia tê-la ouvido? 
Penso que todos sabem que escutar é bem diferente de ouvir.
Como também, olhar é bem diferente de ver.
Esta, por uns tempos, foi uma de minhas queixas: não ser vista.
Depois me perguntei sobre esta necessidade, pois, será que o que não é visto pensa que não existe?
Mas, existir também é diferente de estar vivo.
Vida é abundante, é sacudida, revigorante. Não faz pulsar somente o coração, mas é subjacente a ele. Não se retrai, transborda.
Penso ter ouvido isto, que a bela alma é a que é pulsante.
E, só para acrescentar, pois estava às voltas com outra criança de muito pouca idade, também muito perspicaz; ao observar e ver, me disse:
- Você olha lindo.
Perguntei como é olhar lindo; o que me respondeu:
- É achar tudo maravilhoso.
E concluiu ...
- Sua vida deve ser muito feliz.
Todas as pessoas são lindas, e as crianças, além de lindas, são radiantes de alma bela; É tão certo que delas seja o Reino dos Céus.

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