quarta-feira, 24 de abril de 2019

A SENSIBILIDADE DO COMO SE É TOCADO

O neurotransmissor é o mesmo, que leva pra consciência o significado do afago, do toque, da agressão; é a intensidade que muda.
Como saber a intensidade que irá doer? Isso é muito singular, depende da composição da história, referências, hábitos, crenças, suavidade, desejo de beleza, de cor, de estar só, de se fazer entender, de amadurecer, de "empatizar", de considerar, de ter paciência. Também de descansar, de cicatrizar, de não adoecer, de se fazer entender, de ser entendido, de não ser ferido, de estar de bem, de se achar bem, de se gostar, de não se ferir, de poder saber rir, de poder saber.
Somos tão sensíveis, e não adianta dizer que não. Quem embruteceu o diz, que não há sensibilidade, que isso seria coisa de quem não tem o que fazer. Não é assim não Embrutecido. Certamente se sabe que não se nasce sem sentir, se sente a aspereza do toque do que nunca foi tocado antes, do som que não foi olvido, pois havia pálpebra, da luz que não se achegava e agora entra com violência, e do calor que se vai e que não está tão perto. 
Para endurecer tem de maturar, tem de ter muita pele por cima de pele, e mais pele ainda, até engrossar de vez. Tem também os que não desengrossam, ficam duros pra sempre, mas sempre é um tempo finito o sempre, depois que passa esse tempo do sempre volta a doer, pois as peles se vão e o sensível se revela. 
Deixe-as ir ... Não tem como segurar, só produzir outras e mais outras. Não pode é cansar. E quando a energia acabar? ... Não se produz mais nada.
Pro ... duz, duzir, dizir, dizer, digo: seja afagado, acarinhado, cuidado, sarado. Viva! 
Se sente é porque está vivo, ainda que doa. A dor avisa quem vive. Pois viva!