segunda-feira, 23 de março de 2015

JUSTIÇA E VERDADE

Sabe ... Estava pensando ... Observando ... Refletindo ...
Como poderia existir justiça sem que haja verdade?
Há uma máxima: "O justo é o combinado". Porém, nem tudo que seja cominado é de fato bom. Poderia ser para prejuízo de uma das partes, ou das duas, se a ignorância selar esse acordo.
Mas, ainda que não seja bom, como é belo ver uma promessa sendo cumprida, um acordo sendo honrado.
Os gregos tinham razão, são indissociáveis: Justo, bom, belo e de verdade.
Os gregos, que são bem notórios, conquistaram credibilidade, mas havia essa noção bem antes, pois as pessoas estavam lá antes dos gregos. Não eram só os gregos que eram pessoas, ou que pudessem pensar; já pensavam antes, refletiam, observavam.
A arrogância do desejar ser melhor cega tudo mesmo ... Que triste.
Quem já leu histórias míticas bem sabe que as pessoas (e o que não eram pessoas) estavam lá. Tramas complexas, desejos intensos, verdades veladas e as reveladas também. 
Entre os que estavam lá, haviam os que tinham cede e fome de justiça, seguramente. A justiça traz consigo, para o que a busca, juntamente com a verdade e o bom, paz e liberdade. 
Para os injustos, mentirosos e de más intenções, o brado de que "Venha a Justiça!", não poderia nem parecer algo de se aproveitar; bem pelo contrário, viria para a própria perdição, pois seu egoísmo e injustiça seriam revelados juntamente consigo, ainda que se escondessem. 
Pobre desse, que corre contra o tempo. A perseguição nunca sessa, pois traz seu tormento consigo, escrito por dentro e por fora.
Se quer ser feliz, corre atrás do que pode ensinar a justiça, a verdade e o que é bom. Peça também uma boa vontade, pois ainda que saibamos como deveríamos agir, o realizar também é motivado pelo amor ao que nos fez e por nós mesmos.
Já viu aquele, que tudo que é seu, depois de o conquistar, não julga poder ser bom? Não poderia mesmo, pois como algo bom se interessaria em ficar por perto de si. Os iguais se procuram.
Não se ocupe de planos plantados no agora, se é feito de coisa que não dura, eles não irão durar ...

Agora falo baixinho, ainda que não seja segredo, mas só pra puxar pra perto, de modo que possa sentir o carinho, no que há de escutar: Se mentia, não minta mais.

Arrepender-se é o suficiente, mas sempre tem de ser de verdade. Olhe pra trás, será que faria tudo de novo mesmo? Quanto perdeu? Será que ganhou? Foi o que esperava?
Agora falo de uma desgraça, talvez a que mais tenha aversão:
Sentir-se injustiçado, traído, por ter feito o bem e recebido o mal. A semente do ódio e da ira são plantados ali. Depois basta esperar para que a raiz de amargura comece a brotar. A amargura traz no nome o ranço do que não é de bom sabor, nem nunca será. Não pode haver prazer onde ela se alastra; tudo fica ruim, sem doçura, e num crescente.
O que se sentiu injustiçado, faça a justiça e se não consegue, peça àquele que transforma corações de pedra em órgãos de carne. Fale a verdade: O que procura? O que te dói? Por que guarda consigo o que cheira mal? 
Permita que o que se foi, se vá. Não retenha, abra as mãos, pare de agarrar.
Se disser que o que feriu tem de pagar agora, não será prudente, pois o tempo está contra você; também terá de pagar.
Só há um único caminho, enquanto ainda houver tempo. O tempo é hoje, e o caminho pode ser trilhado agora. A porta é pedir perdão.
Somente os humildes sabem pedir perdão, por entenderem que o erro permeia e ronda os seres de carne e osso; salvo um, o que morreu e tornou a viver, pois Dele é a vida. Peça, e Ele a dá liberalmente, por amor, por ser justo, bom e de verdade. Ele veio para isso, e esteve entre nós. Se tem ouvidos, por favor a si, ouça.

sábado, 14 de março de 2015

CHEIOS DE VONTADES

Estado volitivo parece ser por natureza.
O que seria uma vida sem vontade, com volição suspensa?
Ter muito conhecimento não significa ter boa vontade.
Posso conhecer sem precisar escolher ... Vontade deve servir pra saber o que escolher, ao menos é o que me parece. E será que é possível viver sem fazer escolha? Nem que seja entregar a decisão a que outro decida, parece ser uma escolha.
Qual o objetivo de viver aqui ... Ou ali? Tem muitos, em tempos diferentes. Qual o maior deles?
Será que olhando de perto, as muitas escolhas traduzem uma mesma?
O véu que cobre a consciência torna opaco o conteúdo do que se deseja. O inconsciente tem muito mais de si a que o que se mostra por meio do que vem a se tornar consciente. "Os incautos não percebem isso."
Quanto mais se é um ser de vontades egoístas, mais se atraí frequências de baixa intensidade. Para o Muitos tem de ter frequência alta, pois não precisa acalçar só um. O mundo se move por princípio de economia. Economizar é mesmo elegante, é respeitoso.
Tolices são ditas aos baldes. O que há de ser relevante em meio a tanto palavrório? Como saber o que e a quem ouvir?
Me disseram que a natureza tem vivido dias de silêncio. Verborragia tem mais nas cidades, pois dizem que elas não param. Se não param, demandam muita energia. De onde vem a força das cidades?
Viver em cidades não é natural, elas são cativeiros com luz e sons que atraem para um excepcional. Ao prestar atenção, se não se nasceu em meio ao concreto, como o que é artificial sobreporia-se ao que é por natureza? As inspirações artificiais saíram de onde, quem sabe me dizer? 
Por minhas andanças, vi que há uma apropriação do natural pelo artificial, que por um tempo e parte de um tempo iludiu, enganou, seduziu, atraiu, porém, não sustenta uma ponte, um laço, uma amarra; a não ser que se esteja cativo, tenha sido cegado e já não pode fugir, por não enxergar a luz, nem saber o caminho.
A boa vontade é escolha de vida. Ter vida é uma boa escolha.
"Eu vim para que tenham vida, e que a tenham em abundância".

segunda-feira, 9 de março de 2015

POUCO SABEMOS

A arrogância me assusta, com susto de pular pra trás. 
E o que seria não a ter por perto?
"Só sei que não sei" pode parecer retórico, mas é tão sincero saber que não sabe. Quando se é amplo, saber que não sabe é quase como dizer que o que se sabe não é relevante. Saber que não cria o espaço, nem sustentam o lugar talvez nem seja saber. 
Poderia parecer ser o mesmo, saber ou não saber. Se houvesse garantia de que saber poderia mudar o curso, fazer discernir o que é bom, forjar desejos que não são contra si, mas a favor.
A impotência pode agir no não saber como no saber.
Tantos vieram antes de nós, e o que é que sei que já não sabiam; tantas leis há que não se sabe até hoje. 
Acho este um tempo do estar convencido que se sabe. Mas, não me parece que saibam o que estão fazendo, é possível que não saibam das leis.
O amor por saber, ainda que se detenha na vontade de poder, tem seu fim último no desejo de ser feliz. Não é assim?
A felicidade tem porta estreita; a da arrogância é que é larga.
O que é importante saber?
Ignorar leis parece ser manifestação da ilusão do poder de fazê-las não mais existirem.
Quantas são as leis? Quem há que se interesse por saber como são? E se ao saber, acaso elas mudaram?
Há lei que muda, e há lei que não muda. Não muda o que é inabalável. 
As que mudam criam a ilusão de que as outras também poderiam mudar, ou que, se sob a força de um desejo insistente, que a pudesse dissuadir a agir de um outro jeito, facilmente cederia.
Gosto do que não muda, mas pra bem, pra vida e pra bendição; pra que se construa uma unidade.
Na unidade são ordenadas bençãos. 
Desejo estar unida ao que é do lugar que não pode ser abalado.
"Pai, perdoa-nos, pois talvez ainda não saibamos o que fazer".