segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A SOMA DOS MUITOS 'UM'

Dizer que ninguém tem nada a ver com o que cada qual faz, deveria ser considerada uma frase sem sentido. 
Acaso poderia haver alguém por completo desconexo? Que não se ligue a nada nem a ninguém? Não ... Não creio ser possível.
O nascer de alguém já nos faz pensar que temos origem, e que viemos de um lugar que também teve sua origem, e assim viajar, sem ser no tempo, por milhares de anos, se se quiser, buscando onde tudo começou. Tantos já fizeram assim. 
Também poderia procurar ainda mais atrás, em Um acima de muitos outros.
Origem tem poder para conectar, lança suas marcas para bem longe de si. Pode também se revelar e fazer lembrar que a volta é possível, se se foi pra muito longe. Aonde tem vida há esperança, afinal é ela, a vida, que faz mover, seja para a direção que for.
Só para fazer um comentário do que não é o assunto, a mim me parece que a indiferença é um ressentimento do que rejeita sua origem, ou o que julga ser rejeitado por ela. Deve fazer virar estátua de sal. 
Lembro que o sal não deixa nascer, quando jogado na terra nada mais cresce; nem deixa respirar aos que respiram pela pele, morrem. O sal desidrata, e sabemos o que acontece com os lugares que não têm água, a vida não se manifesta. Como pode o sal fora de lugar mudar tanto o que está consigo, pois no mar ambos, sal e água, convivem com boa amizade, cheios de vida, mas ao se separarem e ocupar um lugar que não é de origem, vivem a concorrer, onde um está o outro se ressente e some.
Que tolice julgar que nosso ponto de partida é a origem de um curso todo. Há tanto de mais antigo que nós, e que ainda vive. Sei que há os que sabem disso, conheço alguns, que me ajudaram a ver, inclusive.
Pensar sobre isso ajuda a livrar da arrogância e do egoísmo, que nada mais são que uma condição de pequeno espaço, a ilusão de achar ser um único Um. Os que estão presos nesse pequeno espaço não conseguem nem mover-se, e assim como conseguir ir além e buscar os outros que também são Um, porém, Um de muitos. Esses deveriam sempre pedir ajuda, até que saiam daí, pois não vão tornar-se um único, vão é permanecer atados pelo engano, que por sua vez persevera em iludir. 
Nesse espaço bem pequeno, chamado Eu, não cabe muito. Claro que no Nós cabe muito mais, principalmente se esse for conjugado através do verbo Dar. Aí, o espaço tem de aumentar, para caber tudo que é dado. Então, os braços se esticam, juntamente com as mãos, até puxar outros pra dentro de si e vai ficando tudo ainda maior.
Os de espaço pequeno resistem a serem atraídos. Talvez nem considerem que possa haver espaços bem maiores; alguns escolhem continuar assim, com consciência ressequida, acumulando sobre a própria cabeça brasas de ira. Afinal, quem não se ira com 'Um de espaço pequeno'. Confesso que fico irritada, não gosto que me aperte. Quem me viu por dentro sabe que preciso de espaços amplos e bem arejados.
A ira é um sinal de indignação, e é própria de quem tem força e não se conforma. Só se tem de cuidar pra não ferir ninguém; esse é o grande perigo. Pois, se ferir alguém, encurta o espaço pra si, vai viver acoado. A isto, estamos todos sujeitos, então importa se alongar, esticar, expandir, se esparramar, pensar grande. A fé deve ser a substância que faz os músculos se alongarem. 
"Dai ao que te pedir". Só pode dar o que tem fé que não irá perder, mas que irá aumentar de espaço, alongar os membros, assim o corpo todo. 
E se pedirem minha vida, será que a daria? ... Não sei ... Tem de ter muita fé, muita! "Não há amor maior do que aquele que dá sua vida pelo outro". 
Mas, quanto ao Um, ele é único, sem nenhum outro que o assemelhe. Esse sim é a origem e também o fim. 
O Um que somos não é um único Um, é o um de muitos, em seu contínuo.
Identidade, Idêntico,Identificação ... Quem é idêntico o é de alguém. Pronto!! Há mais de um único Um, e ao reconhecermos identidade, semelhança, já estamos conectados!
Parece loucura negligenciar o que veio antes. Não deveríamos estar correndo atrás desses que souberam viver, que poderiam nos contar o melhor a fazer, e expor o mais amplamente possível quais nossas possibilidades de escolha? 
Ocorreu-me uma ideia, em buscar os judeus. Ouço falar que eles não negligenciam quem veio antes, eles são 'Um' que devem saber, creio que ao menos saberão dar pistas. Muitas vezes me perguntei como conseguiram viver em pátrias diferentes sendo 'Um'. Tantos povos sucumbiram, talvez por não ouvirem os que vieram lá de trás, abandonaram a fé, deixaram de crer nas próprias origens. Ação assim, muitos sabem que é antinatural e altamente destrutiva. 
Minha avó não estudou muito, mas ela sabia tanto! Assim ela dizia: "O que vem de trás, toca pra adiante". Que mulher sábia essa que veio antes de mim! Queria poder ter aprendido mais com ela, porém, não deu tempo. Um dia conto dela. Ela não escreveu de si, mas posso contar o que vi e ouvi.
Nessas horas penso: "Que bom que livros existem"!  
Há os que não falam a mesma língua.
A língua! A língua em que nasci é bela, porém inculta, nem os que nasceram nela a entendem e respeitam muito bem. Confesso que não queria cometer deslize algum, por uma questão de respeito. Mas, como aos demais, os de junto de mim também estou conectada estou sujeita as mesmas violações. Porém, talvez haja uma diferença de grau.
Pena, poderíamos ser 'um' a falar a mesma língua na mesma temperatura, sem nenhum grau a mais ou a menos. Mas, raramente é assim. Pois, mesmo que se fale o idioma, pode-se não falar a mesma língua. Já sentiu?
De qualquer modo, falarmos a mesma língua nos conecta, e nos faz sermos identificados por outros, os de fora dela principalmente, como se apontasse nosso lugar de origem. 
Já li uma vez que a ilusão da solidão não é a de não ter ninguém por perto, mas a sensação de não ser compreendido.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O CORAÇÃO É TAMBÉM UM ÓRGÃO PERCEPTÍVEL

"Deja que un hombre beba en esos pensamientos que le vienen al contemplar el universo psico-físico sin ningún propósito especial; especialmente el universo de la mente que coincide con el universo de la materia. La idea de que hay un Dios por encima de todo eso por supuesto surgirá a menudo; y cuanto más la considere, más le envolverá el Amor por esa idea. Se preguntará a sí mismo si de verdad hay un Dios o no. Si permite hablar a su instinto y busca en su propio corazón, encontrará al final que no puede evitar creer en él". (C. S. Peirce, CP 6.501)

Insisto tanto em falar em 'lugar' que sei que me repito. Devo pedir desculpas? 
Em primeira pessoa, creio que somos seres de estado.
O Ser que É se revela ao que lhe percebe com mente desperta e coração sincero, tem poder para levar para o lugar de entendimento, de revelação. De fato, um coração sincero quem haveria de desprezar? Só os tolos o fariam.
Enquanto nós estamos, e para estarmos há de ser em algum lugar, o lugar é quem diz do estado.
Quais os lugares em que já esteve? Pergunta sincera de quem quer saber. Gostaria de poder ouvir.
Confesso que desejo estar aonde minha voz alcança. Ver quem me lê, pois me mostrei de dentro.
No revelar há intimidade, pois falamos de lugares, como o lugar onde não se cresce, o lugar onde se pode ver, e ainda o lugar do sempre igual.
Há muitos ainda, os que já andei e os que nem se quer vivi; há tanto bons como ruins, os neutros é que não existem. Ou há de ser bom e se pode ser livre ou mal e se há de prender.
Maniqueísmo?! Não, não ... Não existem dois lugares tão somente. Há diversos. O que penso haver de dois são as escolhas: sim ou não. O 'Talvez' é só a suspensão do juízo, um adiar até que se possa decidir.
O universo da mente e o universo da matéria parecem vir em dois, mas pode ser que nos apareçam assim, porém a fonte é uma só, é a mesma que traz a existência tanto um quanto o outro.
Pois não é razoável pensar onde começa o mundo? Claro que em um primeiro. Assim o pensou Peirce, o homem de letras e números, ele percebeu. Penso que ele não percebeu só com a mente, mas também com o coração, por dizer ser este um órgão perceptivo. 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A BUSCA DO LUGAR QUE SE TEM PARA SI

A verdade é tão sublime!
Lembro-me de desejar, e ainda é assim, uma verdade dura a que uma mentira aconchegante. A verdade me atrai, lança seu olhar de luz e me traz a si, move-me a buscá-la e mexe minha vontade de modo a querer morar consigo. 
Difícil não é saber o quanto ela vale, mas quem ela é, onde, com quem está. Há muitos os que se fazem passar por ela. Seduzem e não sustentam as promessas que fazem, aí que se descobre o disfarce.
O discernimento ajuda a ver, já para evitar o engano e a mentira, que são os que se fazem passar pela verdade. No entanto, não nascemos discernindo, bem pelo contrário. Os que estudam o desenvolvimento cognitivo de seres humanos dizem ser assim, que as crianças aprendem no tempo a separar uma coisa de outra coisa.
O senhor Charles Peirce, homem de muitas letras e números, disse ser o 'erro' que nos faz ter consciência de que há um outro, e que esse outro não é o eu. 
E, assim é, separando uma coisa de outra coisa, aprendendo a reparar nas diferenças, cada vez mais sutis, mais escondidas, até que se possa perceber que um detalhe traz à existência um novo 'outro'.
Aprender a discernir e passar a vida a exercer essa atividade é prazeroso, pois nascemos para ser assim. Penso que o que vem ao encontro de nossa natureza, prazeroso já é. Só não sei se o que vem 'de' encontro se torna um desprazer. Pode até causar uma sensação de desprazer, mas seu fruto poderia ser proveitoso. Intuindo ainda, o conflito e o confronto têm grande valia, podem nos deslocar do lugar que não nos pertence, e ajustar-nos a ir ao que devemos ser.

Antes que alguém questione, sim! Escolhi crer que há um lugar para cada qual, o mais adequado, o "melhor dos lugares possíveis". A busca é semelhante a da verdade, basta saber qual é, e em qual tempo. Pois o tempo potencializa a diversidade de lugares. 
O tempo e suas múltiplas facetas! 
Em algum momento cheguei a me ressentir com o tempo, julgando que é de seu feitio tirar. Hoje não penso mais assim, o que o tempo faz é dar!
Já me deparei com seres de verdade e também com seres da Verdade. São encantadores, sérios, intensos, fortes. Ambos são assim, se parecem. Os primeiros vivem entre nós, salgando o mundo e trazendo sabor, revelando e fazendo ser mais intenso o encantamento da vida.

domingo, 12 de janeiro de 2014

O VÍCIO DE SE DEIXAR GUIAR POR UM PADRÃO

Observando com demora reparei que é uma ilusão pensar que haja algo que não possa ser lido, que fique escondido ou que não se possa ver. Que bom que é assim! Há muito a que ser visto! 
O que parece ocorrer em maioria é não saber, ou não querer ler. Bem que se disse: Conhecimento e interesse andam juntos, um não vive sem o outro. 
Sei que muitos são os leitores que não têm interesse em ler, muitos não gostam, nem têm vontade. Há os que não sabem, e nem se esforçam por saber. Tem também os que tropeçam no engano e se acomodam; e os que simplificam, julgando otimizar a leitura, nocivamente configuram um padrão. 
Os modos condicionados das 'leituras dinâmicas' adestram o olhar para uma percepção estreita, prendendo num lugar de repetições. Já falei muitas vezes que nesse lugar não quero ir, nem tampouco ficar, só de imaginar me causa arrepios e aversão.
Há os que veem com os olhos dos outros, repetem o vivido de alguém. Ilusão de possuir. Estes restringem a própria liberdade.
De modo semelhante fazem assim os que prenderam pessoas dentro de si, ou ataram-se a elas de tal jeito, com correntes pesadas, que todas as outras que passam ou ficam em sua vida são percebidas por um mesmo olhar. O interesse fica algemado ao desejo de perpetuar a identidade do que o rejeitou. Ler alguém a partir de quem já se foi força o outro a ser quem não é, cria simulacro. Esse olhar tira o valor, pois desmaterializa o que está no agora, rouba-lhe a liberdade do vir a ser o que se é, em nome do culto ao que já não está mais ali, forja a forma do que veio antes no que anseia por saber quem é. 
Para se saber quem é o olhar do outro não é suficiente. Conforme o olhar pode condicionar no engano, pois todos têm suas lembranças, e há os que não se desfazem dos sentimentos que elas trazem consigo. Aproveitar sentimentos gerados para 'Um', reciclado-os para direcioná-los a outro 'Um', só pode produzir ressentimento.
Infelizmente, muitos dos que estão expostos a esse tipo de vista persuasiva e insistente se perdem de si. Por certo é um caminho de morte.
Lembrei também do míope, precisa da lente de vidro e a dioptria estabelece seu padrão. A partir desse ponto, com a lente de vidro (que não nasceu no olho) cria dependência, e na falta dela só vê borrões. Não consegue ver per si. Lentes de vidro são frágeis, e por estar fora do corpo ficam ainda mais expostas e suscetíveis a serem esquecidas. Lentes de vidro não tem pálpebras.
Lamento pelos que não sabem que pessoas não se repetem. Pessoa se pode ler, ler muito, ler mais e ainda ler, e as páginas não se findam, não se esgotam. 
Hoje penso que ler pessoas pode ser inefavelmente mais rico a que ler livros. Nas pessoas não se pode voltar as páginas. Nas pessoas nem sempre há sequência, as páginas podem vir com saltos. Como são dinâmicas!
A pouco não pensava assim, provavelmente porque os livros são cheios de ordem e coerência, além do mais não resmungam, não criticam, tampouco são violentos. Seu comportamento já é o esperado, sem surpresas se sabe como irão se mostrar: maleáveis, se deixam abrir, permitem que os manipule, não se magoam se forem postos de lado, podem ser lidos quando surgir a vontade.
Dei-me conta de que já gostava dos livros que contam sobre pessoas, com esses que mais me detinha, conversando sem pressa, conversas demoradas, longas e cheias de vigor, com sotaques variados.
Nesse tempo, que pensava que livros fossem melhores companhias a que pessoas, achava equivocadamente que o projeto do Ser Humano não havia dado certo, parecia, no meu olhar míope, uma aporia desvalida. Esse tempo foi de não querer saber ler se não pelas letras.
Ao despertar uma boa vontade, passei a buscar um outro caminho, que desembocava na percepção da intuição, um outro tipo de alfabeto. Esse fez alongar a vista para além das letras, trazendo entendimento. O entendimento não justifica, mas faz saber um porquê. Volta o olhar para a causa e faz nascer e crescer a compaixão. Ajuda a achar os pares.
Lembrei-me do que um dos alemães que gastam a vida a pensar, e que pensam por muitos, escreveu sobre um algo que ele chamou de "não sei quê".

"Essas pequenas percepções, devido às suas consequências, são por conseguinte mais eficazes do que se pensa. São elas que formam esse não sei quê, esses gostos, essas imagens das qualidades dos sentidos, claras no conjunto, porém confusas nas suas partes individuais, essas impressões que os corpos circunstantes produzem em nós, que envolvem o infinito, esta ligação que cada ser possui com todo o resto do universo."

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

GRATIDÃO

Se em algum tempo foi comum ser grato, esse tempo já não está mais conosco. Os gratos são raros. E por onde anda a gratidão? Procurei nas esquinas e não achei. Andei pelos pátios e não encontrei. Procurei pelas casas e quase não vi. Passei a buscá-la nos lugares reservados.
Bastante provável que gratidão não se encontre em qualquer lugar, mas, ela quem venha ao encontro de quem a quer por perto. Pode ser que seu lugar de descanso seja o de dentro, bem dentro, esse que é o lugar reservado. 
Para ela poder vir à tona, só é possível quando o que há de entulho for retirado. O entulho se acumula como paredes de pedras. Cada pedra poderia ser uma situação. O que fazer com pedras?
Há pedras que são ostensivas, possuem brilho intenso e duram mais do que as pessoas, podem ser eternas, já ouvi falarem até que esse tipo são as melhores amigas, o que não creio. Tenho amigas que não são feitas de pedras, são maleáveis, não são duras.
Há pedras que obstruem. Até dentro do corpo podem se formar, interrompendo o fluxo. Mas, também há pedras que favorecem o fluxo, até se deixam moldar pela água, pelas muitas águas.
As pedras que podem ser movidas não fazem tropeçar. 
Há pedras que poderiam servir de lembrança. Lembranças podem servir de consolo, ou de alerta, só não se apegar. Apagar-se às lembranças pode fazer o que se entrega a elas virar pedra também e ficar tão duro quanto algumas delas são, sem mobilidade. Para o nosso tempo, que é bem curto, as pedras demoram a se mover.
Muitas e variadas são as pedras ao longo do caminho. Importa saber o que fazer com elas.
Creio que foi assim que passei a gostar de pedras, ao saber que são muitas e variadas. 

LUGAR COM PROPORÇÕES CONTINENTAIS

Tenho pensado sobre o que é pertencer a um lugar. Sei ser do lugar em que nasci, tem sido assim quando me perguntam de onde eu sou, mas sem sentir ser daí. Saí de lá tão pequena, sem memória, sem nada familiar. Também sei que não sou de onde cresci. Não me identificava com o modo de ser do lugar, creio que nem ele comigo, e hoje entendo o porquê. Escolhi ser de outro jeito.
Não sei se sou de onde vivi a pouco. Foi onde senti estar no lugar certo e na hora certa. Mas, esse tempo passou, pois chegou a hora de estar em outro. 
Há diferença entre ser Errante e ser Peregrino.
Parece-me que o errante busca e não encontra lugar, está por se sentir sempre desconfortável. O peregrino, tenho impressão, sabe que são tantos os lugares possíveis de se transitar que não permanece em um único. Há pessoas que têm muito espaço dentro de si, cabem muitos lugares.
Talvez, lugar tenha mais a ver com identidade a que eu imaginava. Será que somos onde estamos? É possível que ao menos em parte, e numa boa medida. 
Vou para um lugar que nesse nunca fui. Passarei a ser de lá (por um tempo). Depois irei de novo, quando o tempo findar de novo, para lá ou para cá, ainda não sei. Como saber por certo? Só se pode esboçar. O amanhã, depois de amanhã e outros depois é que confirmam o lugar. O calendário não prevê. Nem sempre é o que se marca nele.
Minha esperança diretiva é de ir para o permanente no dia que será o melhor, não se sabe quando. Amo o que não estraga, o que não pode ser violado, o que não se abala.  
Lá não estive, mas sinto saudade. De lá eu creio ter vindo e para lá irei voltar. Vou lembrar que sou de lá. Não sei onde é lá, só sei a quem pertenço, e a quem pertenço é sempre o meu lugar.
Isso é bom, é bom porque Ele está comigo. Eu estou Nele. 
Estar dentro é estar no íntimo. Intimidade é um lugar.
São tantos os lugares ...