quinta-feira, 22 de março de 2018

"CURAMENTO, CURADORIA, CURATELA, E LÁ VEM ELA ..."

Recebi um convite de lançamento de livro, em que estava escrito: "Sob a cura de ..."
A tempos que convivo com esta palavra: "Curadoria", mas dessa vez a ouvi diferente. "Cura" adentrou a ponte, estribo e janela oval, enquanto "doria" ficou no vestíbulo da audição.
Cura é cuidar! Curado é cuidado! Cuidado é curado!
Mas que meninice, e não parece óbvio? 
Sabe, que não ...
Cuidado quando não se é cuidado ...
Cuidar-se só, penso não ser possível, pois somos um, não se é um sozinho. O um não se reparte, quando é um de verdade. 
O um é um organismo, se repartir, morre; se se juntar, vive, convive. 
Curar, deixar por um tempo pegar o sabor, impregnar - bitransitivo, pronominal - misturar-se, infiltrar-se, introduzir-se de forma gradual, também penetrar-se. 
Tudo isso é cuidar. Creio que tudo isso mesmo, mas sem perder, sem separar, sem desistir, sem largar.
O que tem nome tem existência, ainda que na imaginação do que que pensou a quem pertence o nome, a que tipo de parte do um o nome se aplica.
Basta ajudar a fazer crer aquele que pertence ao Um, que esse venha, que cuidemo-nos uns dos outros, pois amar o próximo é cuidar do um, e quem é o próximo se não eu mesmo, pois o limite do corpo não é o da pele, tampouco tudo é corpo.
O tudo tem mais a que suas partes.