sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

HÁ MUITOS MAIS MISTÉRIOS ENTRE O CÉU E A TERRA ...

Hamlet sabia do que estava falando ao dizer sobre o que a filosofia vã não pode saber, creio que também ele sabia a quem se dirigia.
Quanto mais procuro, mais há o que buscar. Quanto mais sei, mais tem para saber, e o que sabia não se fixa, parte se perde no esquecimento. 
Há as possibilidades de pensar-se de dentro ou fora de si. Isso não quer dizer que se possa divorciar-se do mim-mesmo para iniciar uma análise mediante separação. O que posso é ver-me no outro, como em um espelho, no que está próximo, mas que não está em mim. Mas, não falo de Narciso, nem do fim que o alcançou. Identificar-se somente consigo só pode dar nesse fim, pois quem que é mortal que possa ser fonte de luz. Isso é típico da arrogância.
Quanto a isso, com quem (ou o que) nos identificamos pode nos dar muitas pistas. Reflexos e difrações fazem parte do processo. Vou falar bem baixinho: - "Há luzes que não são luzes, só se parecem com elas".

Se pensarmos abstrato, o que não é luz?
Falo das coisas que formam coisas, das que aparecem, se revelam restringindo possibilidades. Sobre estas, volto a perguntar, o que não é luz? Se é, só pode ser luz. Lembrei do que ouvi: "Que se vão as coisas que são para as que são, e as que não são para as que não são".
O comportamento dela é curioso, hora matéria, hora energia, também pode ser os dois ao mesmo tempo, seu tempo é o mais rápido desse mundo daqui debaixo, nem dá tempo de piscar. Segue o menor caminho por meio de uma curva, sem demonstrar respeito por Newton e onde se encontra, as coisas aparecem.
Há centelhas de luz por todo o externo, assim como no interno pode vir morar também. 
Mas acho o que está dentro mais difícil de ver, há coisas que parecem estar torcidas. Ao olhar para as coisas que não são retas, elas podem esconder em suas valas de torção o que não quer e se esforça por não se revelar.
Penso como o que ouvi, que há os que são para a luz, e os que não são. Mas, saber os que são e os que não são, não se faz com inferência lógica, ela nem sabe direito contar neste caso, pois aritmética não funciona aqui.
Por meio da intuição, que se pode ver com centenas de olhos, e não apenas dois, se pode ver até o que está escondido na vala do torcido. 
de qualquer modo, o dois faz sentido: Um sim, um não, um negativo, outro positivo, a noite, o dia, um na luz e outro sem ela, um será deixado o outro será tirado.
Quem percebeu a dialética foi muito perspicaz, pois ela tem consigo ainda muitos mistérios. Hegel deve ter ouvido a Hamlet, foi atrás de uma filosofia que não haveria de ser vã. Quem tem ouvidos consegue ouvi-lo.
Penso que os que não se identificam com a luz, não há nada a fazer, mas aos que não conseguem discernir sua mão esquerda da direita, esses precisam de ajuda, de orientação para saberem que vieram da luz, seguirem no caminho dela pois são para ela. A esses que me dirijo, talvez possam se identificar.
Você que sabe que as coisas não permanecem ocultas, mas são reveladas em um momento ou outro, seguramente consegue ter vistas para fora do tempo.
O que é relevante agora é aprender a ler o tempo. 
"Há tempo para tudo debaixo do sol", "o resto é silêncio".