domingo, 20 de dezembro de 2015

A LÓGICA DA ALTERIDADE

Desde Aristóteles os tijolos de construção para a lógica foram os princípios de Identidade, Não-contradição e o Terceiro excluído. 
Sabemos que pode haver o indeterminado, a dialética aponta para a contradição intrínseca das coisas, e a identidade poderia ser ampliada para a alteridade, ao invés de ser idêntico a si, ser idêntico a outro, em processo, com inserção do tempo.
Ser idêntico a si mesmo não parece ser seguro, tampouco traz unidade, ao menos quando falamos de pessoas.
Unidade é o que garante um sentido, pois, se não houver um sentido, uma ligação de coisas em relação, que significado pode ter? Seria um embaralhado de múltiplos espalhados por aí.
Pergunta retórica: 
De onde vem o comando para que os múltiplos se unam em uma unidade? Pleonasmo ... Eu sei ...
Amor, entrega e confiança têm a ver com unidade.
Interessante que amor tem a ver com sentimento, entrega com ação e confiança com razões. Mas, o maior deles é o amor.
Razão e ação estão contidos no sentimento. 
O órgão perceptivo que serve para sentir é o coração. Por isso está escrito: "Das coisas que se deve guardar, guarde teu coração, pois dele procedem as fontes de vida".
Sentir errado é quando o coração está torto, quebrado, com feridas, esfolado. Assim como não conseguir ver imagens nítidas com olhos em que as lentes não estão no lugar, ou tentar ouvir com bigorna e martelo avariados. Sentir com coração ruim, não dá pra sentir certo, com nitidez. Nestes casos, de avaria, a percepção fica comprometida.
E como guardar o coração? 
Como se pode saber quem está apto a entrar e quem não?
Só sei que tem um que não fere, que dá valor, que toma o coração do que vive como demasiado precioso. Você sabe de quem eu falo? Já o ouviu falar? Ele fala no coração, conhece sua cadência, vibratos e em que clave se modela.
Pois, se sim, identifique-se, é seguro; deixe Ele entrar e fazer morada, pois este é o lugar de Sua morada, o Seu templo, que construiu em três dias. 
A Ele sempre honra, glória e louvor, pois somente Ele é digno do coração dos homens, e sabe como morar ali.
Ele também indica em que se pode confiar, os que a Ele podem ouvir.
"Os meus ouvem a minha voz".