quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

LUGAR COM PROPORÇÕES CONTINENTAIS

Tenho pensado sobre o que é pertencer a um lugar. Sei ser do lugar em que nasci, tem sido assim quando me perguntam de onde eu sou, mas sem sentir ser daí. Saí de lá tão pequena, sem memória, sem nada familiar. Também sei que não sou de onde cresci. Não me identificava com o modo de ser do lugar, creio que nem ele comigo, e hoje entendo o porquê. Escolhi ser de outro jeito.
Não sei se sou de onde vivi a pouco. Foi onde senti estar no lugar certo e na hora certa. Mas, esse tempo passou, pois chegou a hora de estar em outro. 
Há diferença entre ser Errante e ser Peregrino.
Parece-me que o errante busca e não encontra lugar, está por se sentir sempre desconfortável. O peregrino, tenho impressão, sabe que são tantos os lugares possíveis de se transitar que não permanece em um único. Há pessoas que têm muito espaço dentro de si, cabem muitos lugares.
Talvez, lugar tenha mais a ver com identidade a que eu imaginava. Será que somos onde estamos? É possível que ao menos em parte, e numa boa medida. 
Vou para um lugar que nesse nunca fui. Passarei a ser de lá (por um tempo). Depois irei de novo, quando o tempo findar de novo, para lá ou para cá, ainda não sei. Como saber por certo? Só se pode esboçar. O amanhã, depois de amanhã e outros depois é que confirmam o lugar. O calendário não prevê. Nem sempre é o que se marca nele.
Minha esperança diretiva é de ir para o permanente no dia que será o melhor, não se sabe quando. Amo o que não estraga, o que não pode ser violado, o que não se abala.  
Lá não estive, mas sinto saudade. De lá eu creio ter vindo e para lá irei voltar. Vou lembrar que sou de lá. Não sei onde é lá, só sei a quem pertenço, e a quem pertenço é sempre o meu lugar.
Isso é bom, é bom porque Ele está comigo. Eu estou Nele. 
Estar dentro é estar no íntimo. Intimidade é um lugar.
São tantos os lugares ...

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