terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A BUSCA DO LUGAR QUE SE TEM PARA SI

A verdade é tão sublime!
Lembro-me de desejar, e ainda é assim, uma verdade dura a que uma mentira aconchegante. A verdade me atrai, lança seu olhar de luz e me traz a si, move-me a buscá-la e mexe minha vontade de modo a querer morar consigo. 
Difícil não é saber o quanto ela vale, mas quem ela é, onde, com quem está. Há muitos os que se fazem passar por ela. Seduzem e não sustentam as promessas que fazem, aí que se descobre o disfarce.
O discernimento ajuda a ver, já para evitar o engano e a mentira, que são os que se fazem passar pela verdade. No entanto, não nascemos discernindo, bem pelo contrário. Os que estudam o desenvolvimento cognitivo de seres humanos dizem ser assim, que as crianças aprendem no tempo a separar uma coisa de outra coisa.
O senhor Charles Peirce, homem de muitas letras e números, disse ser o 'erro' que nos faz ter consciência de que há um outro, e que esse outro não é o eu. 
E, assim é, separando uma coisa de outra coisa, aprendendo a reparar nas diferenças, cada vez mais sutis, mais escondidas, até que se possa perceber que um detalhe traz à existência um novo 'outro'.
Aprender a discernir e passar a vida a exercer essa atividade é prazeroso, pois nascemos para ser assim. Penso que o que vem ao encontro de nossa natureza, prazeroso já é. Só não sei se o que vem 'de' encontro se torna um desprazer. Pode até causar uma sensação de desprazer, mas seu fruto poderia ser proveitoso. Intuindo ainda, o conflito e o confronto têm grande valia, podem nos deslocar do lugar que não nos pertence, e ajustar-nos a ir ao que devemos ser.

Antes que alguém questione, sim! Escolhi crer que há um lugar para cada qual, o mais adequado, o "melhor dos lugares possíveis". A busca é semelhante a da verdade, basta saber qual é, e em qual tempo. Pois o tempo potencializa a diversidade de lugares. 
O tempo e suas múltiplas facetas! 
Em algum momento cheguei a me ressentir com o tempo, julgando que é de seu feitio tirar. Hoje não penso mais assim, o que o tempo faz é dar!
Já me deparei com seres de verdade e também com seres da Verdade. São encantadores, sérios, intensos, fortes. Ambos são assim, se parecem. Os primeiros vivem entre nós, salgando o mundo e trazendo sabor, revelando e fazendo ser mais intenso o encantamento da vida.

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