segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O DESEJO TEM DE ESTAR NA BOCA

O que sai da boca é o que está cheio o coração.
A racionalidade, como a conhecemos, acabou por se reduzir tanto que nela não cabe mais um sujeito que a pensa. 
Se se tira o desejo, a força da emoção, o sentir, o que fica de sujeito?
Neutralidade? Pode haver neutralidade ao desejar? 
E será que ataraxia existe mesmo, ou seria mais uma asfixia seguida de morte ao deixar de respirar o desejo.
O que você quer? ...
O que você realmente quer, o que você deseja?
Quem é que sabe o que deseja?
E se desejar coisas que se anulam, haverá de fazer uma escolha, pois não se pode agradar a dois senhores, ou a de agradar a um ou a outro. Qual você escolhe?
Mas, não tem senhor? ... Coitado de quem não tem ninguém ...
Até os cachorros têm dono, os reconhecem e ficam felizes por os ter, ainda que não cuidem de si. Por isso a fama de serem tão fiéis.
Esse é um bom critério, ter quem cuide de si. 
Não que se precise.
Sei que as crianças precisam, os filhotes geralmente precisam, mas quando não se é criança, se não por motivos limitantes, não precisa que seja cuidado.
Mas, cuidar e ser cuidado não tem somente a ver com necessidade; tem a ver com amor.
O amor mora no coração, emana de ali.
Sempre convém lembrar que das coisas que se deve guardar, guarde seu coração, pois dele provém as fontes de vida. 
Ter coração é ter quem o guarde, em um lugar seguro, que não se possa tomá-lo, nem arrebatá-lo por quem é mais forte.
Meu dono é o único que tem palavras de vida eterna, que livra até da morte. 
Guardar é cuidar. O que ama, guarda. O que cuida, ama.
O que você quer? ...

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