domingo, 16 de fevereiro de 2014

ESTÉTICA

A palavra "Estética" é fluente na boca e nos ouvidos. Todos parecem saber do que se trata, mas confesso que eu não estou segura assim, ao menos não como os demais que parecem saber.
Faz algum tempo que ocupo-me em entender o que significa, não só a palavra, mas de onde veio, para que serve e quem a fez.
Essa proparoxítona já me tirou o sono por muitas vezes, mas não de um jeito ruim, foi proveitoso.
Por onde procurei, o que de mais próximo achei junto à Estética foi a Forma, esta é sua pedra de toque. Ainda agora pensei: Será que existe algo que não tenha forma?
Se existe forma a Estética está para nos ensinar a entendê-la, ou senti-la. Sentir talvez seja o verbo mais adequado. Quero deixar claro que entendo que sentir não exclui o pensar, o amplifica.
Quando penso, ou quando sinto, os dois faço em algum lugar. Nem sempre esse lugar a que me refiro só diz respeito às dimensões que estamos habituados a perceber, existem muitas mais. Perceber essas outras, quer entendendo ou sentindo, é que faz exercitar o espírito, fugir do hábito e tornar-se arguto, capaz de discernir as formas e frequências mais sutis. Saber separar o que é pouco visto é importante para saber de quem vem. Se souber de quem, dará para saber de onde.
Por isso importa saber a fonte, pois é ela quem lida com a estrutura da forma, que faz ordenar o que aparece. Da fonte que vem o poder de criar.
Será que penso como escrevo? Aos soluços, com saltos abruptos, deixando espaços sem preencher?
Sei que sonho como penso, e sempre sonho com moradas, quase sempre. 
Já ouvi um esteta e também um psicanalista dizerem que quem sonha com casas, na verdade sonha consigo. Então deve fazer algum sentido. Pois, estou a me ocupar com a Estética, que me soa quase como sinônimo de percepção da forma, porém não só de espaços cavados ou construídos, mas falo de espaços pensados e sentidos. 
Moradas são espaços significativos, e quando se fala do ser tanto mais. 
Saber de Estética é buscar saber como que o espaço se ordena, mas não um espaço só, mas os muitos que se entrelaçam e que compõem o todo.

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