terça-feira, 19 de novembro de 2013

A EXCELÊNCIA DO AMOR

"O Amor é sofredor, é benigno; o Amor não é invejoso; o Amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a Verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. O Amor nunca falha; (...). Agora, pois, permanecem a Fé, a Esperança e o Amor, estes três; mas o maior destes é o Amor".

Que pena que nossa língua bela e inculta só tem um jeito de falar o Amor. Mas, sabemos que há muitos, em variados graus.
Pensemos o profundo, pois o trivial nos acompanha por todo tempo.
Quanto ao Amor profundo, o conceito que Paulo de Tarso expressa é demasiadamente sublime, pois quem se não os anjos amariam assim? Como praticar esse Verbo?
Que tal olhar pra ausência dele? Como seria um ente ou mundo sem Amor?
-"Aaaaaaa ... Seguro que seria um tédio!"
É bem provável que o tédio tenha seus níveis. O que me fez lembrar uma professora brilhante, física teórica, que dizia que só os líquidos possuem níveis.
Gostei de pensar no tédio como um líquido, ou melhor: uma bebida.
Já pensou dizer: "Acordo e logo pela manhã tomo um copo cheio de tédio". Acho que tédio combina mais com o jantar, pois se for bebida, por certo que há de ser uma bebida forte, que entorpeça.
Não entendo muito do assunto, pois poucas vezes o bebi, só o beberiquei, mas não me caiu bem, tenho estômago fraco.
Porém, conheço pessoas dadas a esse hábito, que mesmo pela manhã tomam suas doses. Em uma conversa despida, elas disseram que o tédio profundo é um sentimento de vazio, acompanhado de perda de sentido e importância das coisas. Tudo parece ser igual, da mesma cor, de valor nenhum e provocando a percepção de não ser tocado. É um lugar onde se pergunta: Por quê? Para quê? 
A pergunta é capciosa, pois o que a traz consigo já sabe qual seja a resposta. Depois de tempos ao estar embriagado dessa bebida forte se responde com maior convicção: -"NADA".
Agora que não bebo mesmo. Não me importo de ser abstêmia. Não gosto de sofrer por nada. O que me faz lembrar a famosa frase, que pra muitos não tem sentido algum, confesso que nem pra mim: "O nada nadifica". Mas, sabe que pensando bem, quando se fala de tédio esta frase faz sentido.
Mas no Amor também se sofre. No entanto, por intuição digo que a causa vem de fora, porque o que ama pelas camadas mais profundas de si, ama em liberdade, e a quem ele ama pode sofrer se quiser, inclusive por nada, por coisa nenhuma. Mas, isso dói. Eu sinto lamento, que não tenho nada que ver com isso, imagina ao que ama, ter de ver seu alvo de amor profundo sofrer por nada.
Não é possível que quem pratique esse Verbo, como os anjos devem fazer, sofra de dentro, o Amor profundo é forte, tem raízes como das árvores de tronco robusto, se se corta um galho, continua crescendo com mais vigor e viço. 
E os que têm raiz ficam, todos vão embora, mas o que tem raiz fica. A Fé pode ir, a Esperança não ter mais serventia, mas o Amor profundo fica, ele fica. Quando se compromete e faz aliança ele não desiste, não se desfaz. Inviolável. 
Uau! Então pode existir algo que não mude, que não se desfaça, nem se gaste com o tempo. E onde ele fica? Esse Verbo deve vir de um Reino que não pode ser abalado, e aprendeu a ser assim com quem é de lá.



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