quinta-feira, 14 de novembro de 2013

QUEM JULGA SE FAZ JUIZ

"Tu, porém, quem és que julga o outro?"

Faz algum tempo que busco entender o que é julgar e qual a natureza dessa ação. Talvez todo mundo já saiba, só eu que não. Percebo que julgar exige muito discernimento, coisa que a Filosofia se especializa. 
Vida e Paz a Filosofia não pode dar, mas pra quem quer aprender a ver ela oferece motivações aos baldes, nos pega pela mão e aponta para onde  começa e onde termina um limite no conceito, depois outro e outro ainda, e muitos
Nas primeiras letras vemos os vultos, depois as formas, e vai ficando tudo cada vez mais nítido, até que venha à Luz. Saber é saber discernir, assim como julgar é escolher.
Aprendi tanto ao ver a simplicidade das crianças. Elas não sabem ver Valor, sabem querer, mas ter consciência do quanto vale ... Creio que não. Elas escolhem, sabendo ou não, elas escolhem. E o que parece valer muito para elas são pessoas. Crianças escolhem estar perto de pessoas, parecem gostar muito.
Julgar circunstâncias é lícito e saudável. Olha o que fez o célebre Rei Salomão, sobre o juízo que aplicou ao discernir quem era a verdadeira mãe em uma disputa difícil entre duas mulheres que diziam ser mães de uma mesma criança.
Também há outra situação, além das circunstâncias, devo escolher uma coisa dentre muitas coisas. E, se tenho de escolher, procuro o que for melhor, o que tiver de maior Valor (que nem sempre a que tem maior preço).
Mas, como escolher pessoas?
Pessoas têm valor intrínseco, não se pode colocar preço tampouco se pode comparar em Valor. 
Como dizer que uma forma única de manifestação da Vida vale mais que outra? Que juiz saberia? Seguro que mesmo Salomão não haveria de saber.
Escolhemos pessoas, principalmente as que trazemos pra dentro do eu. Penso que se deve escolher, ser cuidadoso; trazer todas as que se sabe pra dentro de si não parece uma boa ideia, não seria saudável. 
Então, bom é ter como claro que escolhemos pessoas não por valerem mais que outras, pois todas Valem. A Afinidade é que nos ajuda a discernir, pois comunga com o lugar que se está e onde se quer e precisa ir, parece indicar para um lugar comum. Na Afinidade não precisa esforço, combinam e não competem para chegar a um mesmo Destino.
Então entendi qual o juízo que não posso fazer:
Não tenho discernimento pra dizer o quanto vale o 'Muito'. 
Como dizer do Valor da mulher que queria a criança pra si sem ser sua mãe. As mães devem saber disso, e Salomão também, pois limitou-se a entregar o filho para a verdadeira mãe. 
É, ele amou mesmo a Sabedoria, e ela lhe jogou seus baldes. 
Desprezar alguém é negar-lhe o Valor, injusto seria.