quarta-feira, 6 de novembro de 2013

NOSSA NATUREZA É CRESCER

"(...) A massa maneja o espaço ensinando-o como curvar-se; o espaço maneja a massa ensinando-a como mover-se". (Brian Greene, O Universo elegante).

O mundo está cheio de tanta excelência!
Gosto de aprender, e de ensinar, a ver. Se aprendemos a dar valor ao que de fato é precioso, conseguimos ver tudo, como se o olhar crescesse. Olhar crescido vem costurado com a consciência expandida. Com consciência expandida o espaço se estica, e, por conseguinte, o espaço aumentando, temos mais no que nos mover, e tendo mais aonde ir, mais o que olhar, mais liberdade. Não? Parece ser assim.
Se for assim, por que tantas são as resistências pra crescer, pra não aprender, e nem ensinar, o que tem valor. Camadas e mais camadas de sólida resistência. Por que negar nossa própria natureza? Que tolice.
Crescer dói, eu sinto. Mas, é uma dor que vale muito a pena ser sentida, se for pra crescer. Já ouviu o provérbio que diz: "as cicatrizes são remédio para o mal e curam o mais profundo das feridas"?
E por que negar, brigar, rejeitar e ofender a dor? Uma pergunta melhor pode ser feita: Qual dor que deve receber esse tratamento?
Por que sofrer por sofrer, só pra sentir a dor, não faz sentido. A dor não é algo desejável, mas também é inevitável. Confesso que em geral ela não me parece nem boa, nem má, talvez ela seja cheia de indiferença, não se compadeça muito. Ou, pensando melhor, há uma que seja cheia de amor, por isso grita: CUIDADO! Então passa a ser importante saber quais as que avisam e quais as que não servem de nada.
Só pra expressar, nada à toa me atrai de verdade. Dor à toa??? Pra quê??
Comecemos por pensar em algumas delas, aquela dor que exagera, que não amadurece e nem toma seu rumo. Essa não me cai bem.
Agora ... Aquela dor que avisa, que se interessa em que tudo fique vivo, ela só pode ser minha amiga, ela ensina quando nem quero aprender.
Fazemos cada loucura, violando nossa própria natureza, que é crescer, emudecendo a dor que ajuda.
Costumo falar para meus alunos, pois havia ouvido também, que pra saber se uma cidade está crescendo, o número de livrarias tem que ser bem maior ao número de farmácias.
Quando digo isso, eles me olham com expressão intrigada, como quem diz: "Mas, o que tem a ver um com o outro e com o crescimento?!"
Tomar remédio sem saber por que se toma é um veneno, além de colocar o corpo em risco, pode matar num gole o que é mais delicado, a consciência.
Por exemplo, faz sentido tomar remédio para dor de cabeça quando  não se sabe porquê ela dói, sem ouvir suas razões?
- "Não quero que me amole, que me aborreça, já tive um dia muito cheio de chateações".
Estou persuadida de que não falar, não se expressar, não se comunicar (e estes elementos fazem parte do universo da intimidade) tem a ver com não crescer.
A massa fala para o espaço como ele deve fazer, como se render, não oferecer resistência, antes da dor avisá-lo. E o espaço, gentil que só, explica docemente à massa como mover-se junto com ele.
Que Universo elegante!!!
Uma cidade com livrarias cresce mesmo, pois os livros falam pra quem o som da voz não alcançou.